quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Caetano Veloso fecha a turnê “Zii & Zie” com chave de ouro e DVD gravado


Nesta sexta feira, 8 de outubro, o Guitarra Ácida esteve presente em dose dupla na casa de shows Vivo Rio, no Parque do Flamengo, para assistir à gravação do dvd e encerramento da turnê do álbum “Zii & Zie”, de Caetano Veloso. Resta a você, meu amigo, que não foi, dar uma lida nisso aqui!

O público presente era, em grande parte, jovem, dando a perceber que Caetano tem a capacidade de se renovar sempre, prendendo todas as gerações. Com platéia cheia, os ingressos tiveram fim na tarde do dia da apresentação, em meio a filas enormes, em parte também por conta do preço baixo (R$20,00 a meia-entrada ou com filipeta impressa no site, para a Pista).

Considerado pelo próprio “um grande álbum”, Zii & Zie mostrou-se muito mais funcional e amadurecido agora do que na época da gravação do dvd Obra em Progresso, há mais de um ano. Mesclando canções deste, algumas do anterior álbum de estúdio Cê e mais algumas das décadas de 60 e 70, a galera foi à loucura e Caetano teve de ouvir gritos como “gostoso!”, “tesão!” e “lindo!”, provando que ainda pode cativar a mulherada presente nos seus shows.

Mas nem só de Caetano foi o show. A banda por trás do cara com certeza foi de grande importância para dar cara ao arranjo do set. Pedro Sá (guitarra), Marcelo Callado (bateria) e Ricardo Dias (baixo, teclados), também integrantes da banda Do Amor, estavam bem afiados e souberam transmitir a energia de Zii & Zie e tudo o que o álbum tem a dizer, em conjunto com as outras músicas. Você já sabe que o Guitarra Ácida é fã dos caras, então não precisa falar mais nada, né?

Vamos falar um pouco do show: As músicas se deram bem com um cenário e jogo de luzes incríveis, criados respectivamente por Maneco Quinderé e Hélio Eichbauer. Momentos como Sem Cais, Odeio e Falso Leblon explicaram bem o porque dessa afinidade cenário-música. Algumas surpresas, como a inclusão de uma versão acústica a la Caetano de Billy Jean (Michael Jackson), fizeram a galera cantar altor e gritar bastante. O próprio Caetano disse que não tocaria a música, mas pelo visto não resistiu e ainda emendou o refrão de Eleanor Rigby, dos Beatles. Houve também a bela execução (e que arranjo!) de Força Estranha, de Roberto Carlos. A maior surpresa, porém,veio no final. Quando começa Manjar de Reis e Caetano sai inesperadamente do palco, ele volta com ninguém menos do que Jorge Mautner pra acompanhar a música. E dá-lhe dancinhas bizarras!

No mais, a Banda Cê arrebentou. Os caras são bons e Caetano já disse que quer completar uma trilogia com a banda. O show foi excelente e rendeu aquele gostinho de querer saber como será o próximo trabalho do Caetano em conjunto com a Cê. E pra você, que não conhece o álbum Zii & Zie, tá na hora de dar uma conferida, né?

www.caetanoveloso.com.br

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Resenha: PLAP evoca o suingue no Circo Voador – 02/09

Eu sei que estou meio atrasado e que já comecei mal sem me apresentar, mas é que é a PLAP (Pedro Luís e a Parede), no show de gravação do seu primeiro DVD, em comemoração aos 15 anos da banda, levou um pouquinho só de rock’n’roll e samba e um muito de suingue pra baixo da lona do Circo Voador, aquele negócio que fica ali do lado dos Arcos da Lapa. Já cheguei chegando, curtindo o som dos caras que fazem acontecer antes e depois dos shows na Festa Pitada (http://festapitada.blogspot.com/), com muita música brasileira.

RIO DE JANEIRO <span class=

Site oficial

Sem contar que a energia da galera que foi ao show era super legal. Bem, vamos ao show: Tava marcado pra começar às 23h e, como já é de praxe no Circo, começou com quase uma hora e meia de atraso lá pra meia noite e blau e se estendeu até quase 4 da manhã. Mas aí é que ta, a galera não parou de cantar e dançar nem por um minuto. A batucada foi intensa e a seção de percussão tava incrível, destaque pro Celso Alvim e Sidon Silva (esse, da noite, em minha opinião). Com participações de Herbert Vianna em Selvagem e Chuva de Bala e Lenine, que surgiu no palco após o bis cantando Pena de Vida com o Pedro Luís, o setlist da banda misturou músicas mais antigas com algumas do último álbum (Ponto Enredo – 2008) e algumas inclusões como Brasileiro, faixa-título do primeiro álbum de Roberta Sá. Foi com Lenine que os caras resolveram descer do palco batucando, quando se instaurou o clima de carnaval, com todo mundo cantando e pulando, até que papai do céu resolveu simplesmente acabar com a luz no Circo Voador. Mas como os caras são legais, decidiram fizeram tudo de novo, e foi até melhor.

http://andarai.wordpress.com

Tá certo que gravação de DVD tem aquele negócio , a insegurança da banda por conta dos detalhes técnicos, inibição e preocupação com os mínimos detalhes do que será guardado pra posteridade, justamente por ser uma coisa cara, mas senti que até o final do show não houveram problemas maiores senão algumas músicas tendo que ser repetidas, como Nega Obaluaê e Menina Bonita. Mas isso foi até bom, porque deu pra curtir e dançar bastante. No fim, saí feliz da vida por ver que a galera tá cada vez mais dando valor pra esse negócio louco que é a música brasileira.

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Sidon Silva@ http://www.flickr.com/photos/saguar/

E pra me apresentar, finalmente, sou Carlos Fernando, ou só Carlinhos, aspirante a qualquer coisa aqui do blog, a convite do meu parça Turner! E pra ficar de olho na PLAP: www.plap.com.br


quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Acústico, Mas sem Banquinho, Por Favor, Uma Resenha do Show dos Autoramas 05/09 @Oi Futuro

 Fotos por Yago Furtado

O espaço Oi Futuro em Ipanema, vem promovendo o projeto "Oi Futuro Som",
onde durante três finais de semanas do mês, bandas que vem se destacando
nacionalmente, tocam as sextas, sábados e domingos.

No mês de Setembro, os destacadíssimos Autoramas, abriram o projeto tocando
as canções de seu ultimo DVD, o "MTV Apresenta Autoramas desplugados",
uma consistente reunião das melhores músicas da extensa discografia do trio.
O Guitarra Ácida pintou lá na última apresentação do fim de semana e resenhou
pra você que perdeu.

Fotos por Yago Furtado

Sem atrasos, com lugar marcado e público contido, assim subiram os Autoramas
ao palco, alguns gritos de fãs perdidos e um RRRRRRROCK! rompeu o silêncio
do domingo à noite. "Rei da Implicância", música do disco " Nada pode parar
os Autoramas", foi a primeira a fazer o público mexer os calcanhares e entrar
no clima, seguida por "Gente Boa" e a dançante "Hotel Cervantes" que fez alguns
corajosos levantarem de suas poltronas vermelhas e arriscarem umas dancinhas
pelo corredor.

Talvez o principal desafio da noite para a banda, foi tentar vencer a timidez que
o espaço impõe, a proximidade da platéia ao palco, o pouco público devido ao
tamanho do lugar e a acústica, pelo fato da sala ser uma sala de teatro. Apesar disso,
Gabriel Thomaz, Bacalhau e Flavia Curi, mativeram uma apresentação animadíssima,
com um som e iluminação impecáveis e tiraram de letra. Além de tocarem clássicos
como "I saw you saying", e "A 300 Km/h" , o repertório tambem contou com covers de
Elvis, Erasmo Carlos e da contagiante exeucução de "Surfin Bird" da The Trashman.

Fotos por Yago Furtado

A banda surpreendeu ao tocar " Blue Monday" do New Order, onde com apenas
um violão, um baixo acústico e uma batéria que teimava em sair do lugar, conseguiu
fazer com que os presentes delirassem ao relembrar o clássico new wave.
A novidade ficou por conta da swingada "Samba Rock do Bacalhau", presente no novo
compacto. Ressalvamos também, a perfeita execuação da música "Jogos Olímpicos",
que mesmo sendo instrumental, parece falar mais que muitas outras músicas.

Mais um excelente show, de uma excelente banda, acústico sim,
mas sem banquinho, por favor! Os Autoramas incendiaram novamente
o Rio de Janeiro, fé e RRRROCK!

Não conhece os Autoramas?

Myspace

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Nem todo mundo entende o Caos, uma entrevista com Zefirina Bomba


" No começo, a gente tinha só umas 7 músicas, que juntas não duravam
uns 15 minutos, era o caos, a microfonía absurda, alguns shows tinham
10 minutos de duração e eu quebrava a viola. Recebemos uns toques,
controlamos melhor a microfonia, e o som foi ficando mais acessível.
Nem todo mundo entende o caos, e eu sinto falta dele".

Zefirina Bomba, é uma banda legitimamente Nordestina, com nome de
lavadeira, que distribui seus reclames pelo Brasil desde 2004 e que pode
ser avaliada como retrato fíel da cena alternativa brasileira. Hardcore noise
de primeira linha, com sotaque carregado, sem frescuras, uma banda de
quatro pessoas que se apresenta no palco como um explosivo power trio.

Durante uma turnê pelo nordeste, eles gastaram algumas linhas com o
Guitarra Ácida, pra falar sobre o Hardcore Brasileiro, o espaço na mídia
e o que vem por aí.

G.A: Vocês estão em turnê pelo Nordeste agora, não é? Quais são suas impressões?

Z.B: Aqui o trampo é bem simplão mesmo, tocamos em lugares bem pequenos, com
som de ensaio, gosto muito desses esquemas, mas é ruim pelo lance,
que é muito zoado, principalmente pra trazer bandas de fora.

G.A: Em seis anos de estrada, tocando em lugares como os que vocês já
tocaram, qual é a avaliação da estrutura das bandas que tocam hardcore
no Brasil?

Z.B: Sei que pelo sul, uma galera se organizou melhor, e pode oferecer
umas condições melhores, tipo o Cidadão do Mundo, no ABC, mas a gente
sempre viaja de carro pra diminuir os custos, e sempre se dá bem. A gente
trampa quase sempre com as mesmas pessoas que nos dão hospedagem, fazem
o rango, não é muito diferente do que o Black Flag fazia nos anos 80.


G.A: E qual é a visão do espaço que a mídia dá pra vocês, quer dizer,
eu vejo que passa um clipe ou outro na MTV de vez em quando,
mas a mídia em geral, torce o bico pra bandas distorcidas?

Z.B: Nunca esperamos nada, de um veículo dito [formal] de comunicação,
até porque eles escolhem o que põem no ar, mas nunca deixamos de mandar
as informações, gostamos muito na verdade dos Zine.

G.A: Também gosto, corre por fora e bate de frente, não tão de frente,
mas faz uns estragos.

Z.B: Mas é mais livre, e mais descomprometido, fizemos uma parada com o
Aviso Final, numa casa que ia ser demolida, e a MTV foi lá sabe? Agente não
exclui ninguém, mas não fica esperando que façam.

G.A: E sendo uma banda Pernambucana, como é sobreviver ao impacto
da capital cultural, os moldes paulistas, a receptação e o envio de informação,
como é nadar contra isso? Não desanima em certo ponto?

Z.B: Cara, a metrópole é muito seletiva em relação a tudo, qualquer disfunção
é escanteada, isso é cultural. Vejo preconceito com o nome da banda,
mas era isso que queriamos, o lance de que a minoria deveria ser igual a melhoria

G.A: E terminando, quais são os planos da Zefirina Bomba?

Z.B: Tocar onde tiver uma tomada, cerveja gelada e gente pra trocar uma idéia, é isso.


E assim, Ilsom, Guga e Martim, continuam por aí, espalhando seu:
NOISECOREGROOVECOCOENVENENADO, levantando poeira
das estradas desse país, tocando pelo prazer de tocar, lutando
contra o sistema e suas variantes. Subvertendo o insubvertível.

Zefirina Bomba é o Caos, e nem todo mundo entende o Caos.


Não conhece Zefirina Bomba?




Myspace

sábado, 7 de agosto de 2010

Resenha Móveis 06/08 - Circo Voador


 Foto via @moveis

Foi assim, numa sexta-feira chuvosa no Rio de Janeiro,
numa lapa molhada e confusa, onde mais uma vez a banda
Móveis Coloniais de Acaju e seus legionários fãs, fizeram história.

A abertura da noite ficou por conta da banda Sobrado 112,
que recebeu uma boa aceitação do público, e conseguiu fazer
quem chegava, cruzar os portões já dançando. Anotei no meu bloco
que gostei da música "Grajaú", boa letra, boa sonoridade, assim como
a banda, uma verdadeira surpresa.

Algum tempo depois e foram dadas as primeiras sopradas
da noite, saxofones, trombones, teclado, baixo, uma guitarra solando,
um vocalista incansável e entre luzes e gritos entrou o Móveis Coloniais de Acaju.
Com um esperado mix entre as canções do primeiro disco e do atual,
a banda embalou fãs que berravam as letras e se debatiam nas rodinhas.

Mallu Magalhães deu as caras lá pela metade do show, e recebeu uma confusa
recepção, uns lhe gritavam palavrões, outros lhe pediam em casamento, mas assim
tímida e elegante, tocou "Shine Yellow", música de seu segundo cd, e participou
da homenagem ao sambista Adoniran Barbosa.

O show manteve a linha bem humorada de sempre, marcando pontos
com a tradicional rodinha da banda no meio do público na música
"Copacabana" e com o cover da banda Portishead, com "Glory Box".
Já na agitada "Indiferença", o público respondia aos metais como se
não houvesse amanhã e a banda regia o coro, como um coral
em perfeita sintonia.

Mais um show para a intocável coleção de shows
do Móveis no Rio de Janeiro.

Pra você que perdeu, quinta-feira tem mais:

Móveis Coloniais de Acaju
Entrada gratúita, às 22:00
Na UFF - Campus Gragoatá, bloco E - Niterói .


Não conhece móveis ainda?


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